Regional Norte

CPI da Vale teme tragédia com barragem distante 11 km do Rio Itacaiunas

Os membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Vale, na Câmara Municipal de Marabá, expressaram profunda preocupação em relação à dimensão da barragem do projeto Salobo, que é dez vezes maior que a barragem de Brumadinho, e está localizada a apenas 11 km do Rio Itacaiunas. A vistoria realizada pelos vereadores no local revelou uma envergadura impressionante da estrutura, o que aumentou o temor de uma possível tragédia, considerando os impactos ambientais que poderiam ser gerados para a região.

 

O presidente da CPI, vereador Ilker Moraes, relatou que a Comissão fez vários questionamentos à equipe da Vale durante a visita ao projeto, incluindo preocupações sobre a barragem. Ele ressaltou que a barragem do Salobo é gigantesca e está extremamente próxima do Rio Itacaiunas, o que gera apreensão, mesmo que a empresa afirme que está sendo monitorada de forma adequada. O vereador comparou a situação com o desastre de Brumadinho e destacou a necessidade de a Vale melhorar sua relação com Marabá e a zona rural, onde estão localizados os recursos minerais e as riquezas exploradas pela empresa.

 

Outro vereador, Alecio, expressou seu susto ao ver a dimensão da barragem e sua proximidade com o Rio Itacaiunas. Ele lembrou que, mesmo com a alegação de que a barragem está sendo monitorada, as tragédias podem ocorrer, como o que aconteceu em Brumadinho. O presidente da Câmara, por sua vez, ressaltou que a zona rural de Marabá sofreu prejuízos com a instalação do Salobo, uma vez que a Vale não construiu acesso pela cidade, apenas por Parauapebas, o que gerou uma dívida com o município que precisa ser compensada.

 

Marcelo Alves, relator da CPI, acrescentou que a implantação do Salobo 3 pela Vale resultou em um aumento significativo na extração de minério na mesma mina, com a instalação de três britadores. No entanto, ele destacou que Marabá recebeu apenas R$ 85 milhões em um ano via Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem) de 2022, enquanto Parauapebas recebeu 850 milhões, o que evidencia a disparidade na distribuição dos recursos. Alves também ressaltou que os vereadores questionaram os funcionários da Vale sobre a presença de ouro na extração de cobre, mas não obtiveram respostas claras, o que será incluído no relatório da CPI.

Fonte: (Portal Debate)

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