O que se diz é que a Polícia Federal já identificou a origem das notas fiscais que tentavam envernizar uma carga de 120 toneladas de minério apreendida pela Polícia Rodoviária Federal em Marabá, sudeste do Estado, no dia 6 deste mês.
O produto ilegal era transportado em duas carretas tipo bitrem. Abordados pela PRF, os condutores apresentaram notas fiscais correspondentes a transporte de soja, indicando atividade ilegal. Na PF, o crime foi caracterizado como usurpação de bens da União.

As investigações localizaram a empresa responsável pela emissão das notas no endereço de um escritório de uma transportadora no Distrito de Vila Bela Vista, município de Dom Eliseu, divisa do Pará com o Maranhão, onde está localizado o maior Posto Fiscal da Secretaria da Fazenda do Estado, a Cecomt-Itinga. No endereço foi localizado Danilo Cavalcante Dias, que relatou fatos, relações e conexões.

Morando com o inimigo
Danilo teria relatado à Polícia que trabalhava para os “operadores das trans”, conhecidos na região como os “Notas Frias”, ou vendedores de notas frias e conhecimentos de transporte, e citou como gerentes operacionais do esquema Wallace Ramos, o “Mucuim” e o vereador do município de Dom Eliseu, Adiel Pereira Santiago, do PTB.
Segundo ele – a coluna não teve acesso ao depoimento -, os vários escritórios de transportadoras e agências de cargas instalados no pátio do Posto Fiscal na Vila Bela Vista são gerenciados pelo mesmo grupo, que tem fortes relações dentro do órgão fazendário, inclusive em nome de servidores da Secretaria da Fazenda, que usariam “sócios laranjas”.
Associação suspeita
Informações sobre a participação de servidores públicos em quadros societários nessas empresas não são novas. A Transportadora Nova Belém Transportes Ltda é um exemplo. No quadro dessa empresa aparece Virgílio Gomes da Silva Junior, fiscal de receitas da Secretaria, ex-Coordenador Fazendário do Posto Fiscal do Itinga, de onde saiu depois de uma polêmica apreensão de produtos importados da China, fato amplamente noticiado na mídia paraense.
“Omissão e convivência”
Segundo a coluna apurou, “isso explicaria a omissão ou conivência” de fiscais da Secretaria da Fazenda no funcionamento de escritórios dentro de pátios de postos fiscais do Estado, como no Itinga, e às proximidades, onde empresas ‘fantasmas’ conseguem até mesmo os famosos “Regimes Especiais de Tributação”, mesmo sem possuírem endereço fixo, base física ou frota de veículos.
Alvo fora de foco
Detalhe: as investigações da Polícia Federal a partir desse caso tinham como alvo o fiscal de receitas da Júlio César de Souza Nunes, que já comandou o Posto Fiscal do Itinga, mas hoje trabalha no Posto Fiscal de Marabá. Júlio César teria sido citado nas apurações como responsável pelo repasse de documentos – notas fiscais – em Marabá e região.
Fonte: ( Portal Olavo Druta)
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