O “curiozeiro” Reginaldo Pereira de Oliveira, conhecido como “Regis”, foi executado, por seguranças de uma empresa prestadora de serviço para a Vale, durante o sábado (14), por volta de 12h, com disparos de arma de fogo (grosso calibre), às margens da Estrada de Ferro Carajás (EFC), em Marabá, no sudeste do Pará.
De acordo com as primeiras informações, a equipe de segurança privada teria chegado a 21ª Seccional Urbana e contou uma história, relatando que pessoas estariam furtando pedaços de ferro da empresa Vale, mais precisamente parte de um trem estacionado no pátio da linha férrea, no Núcleo São Félix.
Segundo a narrativa fantasiosa, no momento em que os seguranças da Vale foram intervir, houve a necessidade de efetuar disparos de arma fogo que acabaram tirando a vida de um dos supostos furtadores, o “Regis”, uma vez que um deles teria levado a mão à cintura na intenção de supostamente sacar uma arma para atirar na equipe de segurança da Estrada de Ferro Carajás .
O suposto ladrão de pedaços de ferro, que estaria armado, empreendeu fuga e não foi capturado. Já o outro suspeito, teria fugido para uma região de mata e só foi achado algum tempo depois dos tiros com a chegada de reforço. Reginaldo Oliveira foi localizado morto com marcas de tiros de arma de fogo de grosso calibre na região das pernas sem vida.
O outro lado
De acordo com amigos e familiares, “Regis” estava “pegando curió”, foi confundido com um ladrão e teria sido alvejado nas pernas por homens de uma empresa de segurança da Vele. Depois de baleado, a vítima teria sido arrastada para dentro de uma área de mata, onde agonizou até a morte sem receber socorro por parte dos seguranças.
O corpo apresentava marcas de disparos de arma de fogo e só foi localizado, nesta segunda-feira (16), às margens da Estrada de Ferro Carajás (EFC). Segundo os amigos, a vítima era trabalhadora, “gente boa” e estava pegando curió, não roubando pedaços de ferro como foi alegado pelos seguranças, porque ele não tinha carro nem carroça para transportar o produto do suposto furto nem andava armado.
Na Delegacia de Polícia Civil, o delegado plantonista não “engoliu” a versão apresentada pelos seguranças da Vale, pois depois de analisar caso, ele autuou, em flagrante, o vigilante da escolta armada, responsável pelo disparo que tirou a vida do rapaz. Ele ficou preso à disposição da Justiça.
O nome do segurança não foi revelado. O vigilante foi autuado pelo crime de lesão corporal seguida de morte. A vítima, Reginaldo Oliveira, morava no Bairro São Félix Pioneiro, mas o velório está ocorrendo na casa de uma “tia mãe”, conhecida como “Dona Bida”, no Bairro Marabá Pioneira, local onde foi criado.
Fonte:(Portal Debate)