O empresário paraense George Washington de Oliveira Sousa, de 54 anos, que tentou explodir um caminhão-tanque próximo ao Aeroporto de Brasília em dezembro do ano passado, será ouvido pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI).
A Comissão investiga os atos ocorridos em Brasília (DF), em 8 de janeiro, quando as sedes dos três poderes – Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Superior Tribunal Federal – foram invadidas e depredadas. A convocação do paraense foi aprovada pela Comissão nesta terça-feira (13).
No dia 6 deste mês, os parlamentares que integram a CPI apresentaram o plano de trabalho. Ao menos, 37 pessoas deverão ser ouvidas pelo colegiado, entre elas, George Washington de Oliveira Sousa.
Veja trajetória de George Washington até à convocação da CPI:
Em 31 de outubro de 2022, George, apoiador do presidente Jair Bolsonaro, começou, ainda no Pará, a participar de manifestações contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva a presidente da República, logo após o resultado das eleições.
Nos dias seguintes, ele deixou a mulher e os filhos no Pará e viajou a Brasília (DF) para integrar o grupo que protestava contra a eleição de Lula.
Em 12 de novembro, ele chegou a Brasília com um arsenal de armas, munições e artefatos explosivos no carro dele, uma Mitsubishi Triton.
O empresário se hospedou por um tempo em um hotel da área central, após foi para um imóvel, conseguido por meio de uma plataforma de serviço online para hospedagem
Em 24 de dezembro, ele foi preso após ter gasto R$ 160 mil, com compras de pistolas, fuzis, carabinas, mais de mil munições e cinco bananas de dinamite.
George Washington confessou à Polícia Civil em Brasília que tinha intenção de cometer um crime no Aeroporto, para chamar atenção para o movimento a favor do então presidente Bolsonaro.
A polícia descobriu o plano inicial do atentado terrorista após um caminhoneiro ver uma bomba sob um caminhão carregado com querosene de aviação perto do Aeroporto de Brasília, em 24 de dezembro de 2022
A ideia era explodir o artefato dentro da área de embarque do terminal, o terceiro mais movimentado do país.
George foi o primeiro a ser preso na investigação do atentado. Ele confessou ser o responsável pela confecção do artefato explosivo.
Em 22 de janeiro, deste ano, o advogado, Jorge Chediak, responsável pela defesa do paraense, disse que o cliente foi levado a executar tal ato porque estava com medo de “comer cachorro” no governo de Lula.
Em 11 de maio, a Justiça do Distrito Federal condenou o paraense George Washington e Alan Diego Rodrigues (que foi candidato a vereador em Mato Grosso) de participação na tentativa de explosão de uma bomba perto do Aeroporto Internacional de Brasília na véspera do Natal de 2022.
Na sentença, o juiz Osvaldo Tovani condenou George Washington a nove anos e quatro meses de prisão. Alan Diego dos Santos Rodrigues foi condenado a cinco anos e quatro meses. As condutas envolvem os crimes de explosão, causar incêndio e posse de arma de fogo sem autorização.
Nos próximos dias, eles serão ouvidos em depoimento pela CPI da Câmara dos Deputados.
Fonte: ( Portal Debate)